quarta-feira, 22 de abril de 2009

TOY ART (parte I)

imagens de alguns "Toy Art" que projetei

Algum tempinho atrás (mais de 10 anos) comecei a esculpir em madeira, mas como morava em São Paulo, era muito difícil a matéria prima (no caso madeira...), e fui me desmotivando apesar de alguns trabalhos saírem bonitos.
Parei de vez, mas sempre gostei de fazer objetos nas três dimensões...tentei biscuit, não me adaptei bem. Algum tempo mudei para Campinas, e tive contato com Toy Art (faz quatro anos), e me identifiquei muito, mas como bom artista fiz minhas próprias adaptações...vamos entender melhor, o que é Toy Art?

Sorriso" - fibra de vidro com acabamento em EVA

Toy art, designer toys, urban vinyl, etc, são vários termos que definem o conceito de "brinquedo de arte". É um brinquedo feito para não brincar, dirigido para pessoas com idade acima de 14 anos - especialmente adultos - e com o intuito de colecionismo e/ou decoração. O toy art é, em síntese, uma "tela" em 3 dimensões para artistas e designers expressarem sua arte.
Fonte: Wikipédia

Em 1998, um desconhecido artista de Hong Kong, Michael Lau, levou para uma amostra de brinquedos alguns GI Joe (o nosso conhecido Falcon) remodelados e customizados, com roupagem hip-hop, logos, correntes e jeans. Fizeram o maior sucesso, pois eram diferentes de tudo que se havia visto. Essa criatividade estimulou a imaginação de muitos artistas e pessoas normais. Lau fez 101 figuras customizadas assim. Hoje ela valem como verdadeiras jóias.

Michael Lau ganhou status de mito, e é citado sempre que se fala nas origens do movimento, ao lado de James Jarvis, Eric So, Bounty Hunter, Brothersfree, Jason Siu, Tim Tsui, Jakuan, Furi Furi e outros. O Big Bang de 1998 reverberou no mundo todo. Qualquer material pode ser utilizado para se fazer um toy art. Os nacionais são geralmente de tecido ou plush, por serem de fácil manufatura e acesso. Já os importados costumam ser de vinil ou materiais plásticos, de processos bem mais caros e industriais. Existem também de madeira, metal, resina e até papel.
Fonte: Wikipédia


Um pouco de história é sempre bem vindo, voltando ao meu caso, como tenho formação em designer e adoro histórias em quadrinhos (inclusive dou aulas)...comecei a fazer meus “Toy´s” com isopor e fibra de vidro e tenho usado vários tipos de acabamento.

O meu bom e fíel companheiro de longos anos "O Bico de Pena"

Toy Art tem a temática de um brinquedo é geralmente infantil, baseada em bichinhos, personagens famosos, de desenhos animados ou super-heróis. Os temas de um toy art podem ser meigos, violentos, subversivos, políticos, cômicos, criativos ou de linguagem urbana, underground, satírica, etc.

Esse"toy" é uma mistura de animais do fundo do mar - e serve de abajur

A linha que sigo é baseada nos desenhos animados e tento dar alguma função na peça (fiz um cachorro de uma perna, e a intenção era de colocar docinhos para festa infantil ou coisa parecida, outro foi “O SAPO” que serve como cadeira para crianças de no máximo 20 kg, fiz o Sr. Polvo que também é um abajur), fora o designer.. O meu primeiro Toy Art é o Deeubee, um “toy” costumizável, deixei ele em cinza para se ter uma noção exata de seu tamanho, minha meta daqui para frente é transformar um personagem ou desenho 2D (no papel) e transformar em uma escultura.

Primeiro Toy Art - Deeubee - ele é costumizável

Um “toy” quando tem algum membro articulável, serve apenas para mudar a pose na exibição. Mas estou planejando um “toy” com articulações, na verdade, no projeto ele terá mais de 50 pontos de articulação, isso se tudo der certo.

Projeto de "toy" articulado

Mas o mundo dos Toy Art é um pouco mais complexo do que possamos imaginar...não sei se aqui no nosso bom e velho Brasil, tem todo esse mercado ou se está chegando ou tem previsão de chegar. Como toda manifestação artística, alguns termos tambem surgem, segue:

Baseado nas quatro expressões básicas de Histórias em Quadrinhos

DIY
Do It Yourself, ou "faça você mesmo". São toys customizáveis, geralmente brancos, sem desenho algum. São vendidos para quem quiser fazer a arte do seu jeito, criando um design exclusivo. Usa-se tintas, canetas especiais, tecidos, acessórios, etc.
Customs
Customs (ou customizações) são toys modificados por artistas para se obter um design único, aproveitando a produção e formato do mesmo. É o caso dos GI-Joes citados, ou mesmo os DIY preparados para esse fim. Vários artistas vivem exclusivamente de customizações, vendendo ou leiloando suas criações.
Séries
Uma série é uma linha de variações gráficas sobre um mesmo modelo de toy. Também podem ser vários toys de formas diferentes sobre um mesmo tema, ou variações de formas e/ou desenhos de um só artista. Uma série típica possui cerca de 10 a 15 toys, variações de ratio e toys secretos.
Blind Box
São toys que vêm em pequenas caixas lacradas, e quem compra não sabe o que tem dentro. A desvantagem: você pode comprar dois boxes e tirar o mesmo toy. A vantagem: se você der sorte, pode tirar um item raro, que pode valer no mercado centenas de dólares. Uma característica interessante: Para evitar ao máximo que espertinhos abram as caixas e vejam o que há dentro antes de vender, algumas empresas colocam seus toys em embalagens metálicas, que não revelam o conteúdo - nem em Raio-X.
Open Box
É uma blind box aberta. O comprador, nesse caso, já sabe o que tem dentro. Isso é bom pra quem não pode ou não quer comprar várias unidades fechadas pra tirar o toy que lhe agrada. Ou precisa apenas completar sua coleção mais facilmente. Porém o preço do toy varia conforme sua ratio, o que não acontece com a blind box, onde o preço é fixo.
Ratio
Nas Blind Boxes, é a proporção em que você pode encontrar o toy. Por exemplo, se um toy tiver ratio de 2/25, você poderá encontrar dois iguais num lote de 25 boxes. Os mais raros são os 1/100, 1/400, por exemplo. Porém, existem casos em que mesmo sendo comuns, alguns toys se tornam raros, por serem mais procurados ou desejáveis. Chases
Nas Blind Boxes (ou qualquer linha de toys), normalmente existem os chases, que são unidades secretas de uma série. Seu ratio é indeterminado (??/??) e geralmente a figura não vem impressa na embalagem e não é divulgada logo de início. Também chamados de mystery figures. Porém, um chase não é necessariamente raro. A presença de um chase incentiva o colecionismo e o valor do toy/série.

Espero que tenham gostado dos meus “toy” particularmente, eu gostei mas o prazer maior é na própria confecção das peças...todos que fiz tiveram um planejamento antes. Acho que isso tambem é um diferencial.
Tive alguns problemas com as imagens...mais tarde vou conserta...desculpas
Aguardem, postarei mais coisas sobre Toy Art e principalmente a evolução do artículado que estou desenvolvento.

Até mais e que a Força esteja com você...e lembre-se quem vigia os vigilantes...
daquele que anda de dia

Tiras Jack & Melvin


25/26

domingo, 19 de abril de 2009

Capitão AZA (parte II)

WILSON VIANA
(Ator)1928-2003
Wilson Viana nasceu no dia 27 de Fevereiro de 1928, no Rio de Janeiro Estudou direito e tornou-se delegado de polícia. Mas sentiu vocação para a arte de interpretar e foi escolhido para representar o Capitão Aza. Esse personagem foi criado em Setembro de 1966, durante a ditadura militar. Era uma homenagem a um falecido herói da FAB, chamado Capitão Azambuja. Usava uniforme aeronáutico e um famoso capacete de piloto com um A -de Azambuja. Foi criado para vencer um programa concorrente da TV Globo. Foi ao ar pela TV Tupi do Rio de Janeiro por 11 anos consecutivos e fazia a alegria da criançada da época. Somente dava bons conselhos, do tipo: estude bastante, respeite seus pais, faça amigos. Jamais o capitão teve cor política, e isso agradava aos pais. Havia participação das crianças no programa e as melhores ganhavam de prêmio cadernetas de poupança. Wilson Viana levava muito a sério o seu papel, tanto que visitava uma média de 100 escolas por ano. Também conduzia as crianças aos parques,e em datas festivas apresentava-se até em desfiles . Era um verdadeiro herói infantil. Mas na televisão apresentava intercaladamente desenhos infantis. Formou o Clube do Capitão Aza. Verdadeiro sucesso nacional. Wilson Fraga, porém, era um ator e apareceu em nada menos que 63 filmes. Ele teve enfarte. Sobreviveu. Mas teve mais dois. No terceiro, quando estava em viagem de recreio com sua esposa, filho e nora, Wilson Viana não resistiu. Ele faleceu em 3 de maio de 2003. Estava com 75 anos. E deixou muita saudade.

Precisamos divulgar mais esses "heróis" nacionais, que são o que são por amor e não por ganância...que são bonzinhos só quando a "luizinha vermelha tá acesa".
Busquei essas informações no site abaixo, vale a pena conferir outras biografias.
http://biografias.netsaber.com.br/ver_biografia_c_4685.html

terça-feira, 14 de abril de 2009

Tiras Jack & Melvin


baseado em fatos reais (não posso falar que é minha mãe para não dar encrenca)
19/20

quinta-feira, 26 de março de 2009

Vamos aprender com o CAPITÃO AZA (parte I)

A data de estréia era 3 de julho de 1967, na TV Tupi, o que seria um dos programas infantis de maior audiência... O Capitão AZA, com abertura: “Alô, alô, Sumaré, alô Intel Sat, atenção turbina número 1, atenção turbina número 2, atenção meus cadetes, atenção crianças de todo o Brasil, alô Iapoque, alô Chuí, atenção Guanabara, aqui fala o Capitão Aza, comandante chefe das Forças Armadas infantis do Brasil... .” “Comandando uma astronave rasgando o céu,vou pisando em estrelas, constelação deixa longe o mundo aflito e a bomba H. Corpo livre no infinito eu vou na estrada do sol...” O ator Wilson Viana, põe seu capacete alado, veste seu macacão de aviador, entra no seu avião de combate, e surge o “Capitão Aza”. O perfil do ídolo da garotada, um herói sem poderes que antes de tudo teria que ser um companheiro e amigo que ajudasse na formação moral das crianças (exatamente, houve época em que os produtores de programas infantis tinham a preocupação de passar alguns “valores”, ajudando na formação do caráter e cidadania... hoje os únicos “valores”, que eles se preocupam em passar, são o dos patrocinadores). O Capitão Aza foi responsável pelo lançamento de grandes séries como: os desenhos dos personagens da Marvel (Thor, Homem de Ferro, Namor, Homem Aranha e o Incrível Hulk), desenhos inesquecíveis, Speed Racer (melhor que o filme e 550 vezes melhor que essa versão de 2009), Fantomas, Brasinhas do Espaço, Ultra-Seven (na minha humilde opinião o melhor dosUltras”), Robô Gigante, entre muitos outros.

Os produtores do programa (Paulo Pontes e Vianinha) foram procura o Ministério da Aeronáutica, para obter dados para criação do personagem (nesse momento ainda não se tinha o nome a ser usado, se baseavam no Capitão Canguru da CBS americana e no Capitão Furacão, nacional, baseado num “velho lobo do mar” obviamente relacionado com a marinha). Foram recebidos pelo chefe de relações públicas, Coronel Fisher, do Centro de Relações Públicas da Aeronáutica (Cerapa). Após uma conversa com os produtores, disse: “Gostaria muito de ajudar a TV Tupi, a fazer um programa dedicado à aviação”. O Coronel Fisher, forneceu muitos dados sobre heróis da FAB. Quando descobriram o Capitão aviador Adalberto Azambuja, evitava que vários companheiros, durante a Segunda Guerra, fossem abatidos, mesmo estando na mira do inimigo, fazendo manobras arriscadas para causar distração, infelizmente ele fora abatido. A idéia imediata foi fazer o Clube do Capitão Azambuja, momentos depois, Clube do Capitão AZA, abreviação de Azambuja, pensando os produtores, que todo mundo sabia que “asa” era um substantivo comum e não um nome próprio, e muito menos se escreve com “z”.(como poucos conheciam a verdadeira história do Capitão Azambuja, como se brasileiro lembra-se de alguma, começaram a surgir críticas de escolas, professores, pais e alunos mandavam carta ou telefonavam, preocupados com o “z” do AZA, a pergunta que não queria se calar: Aza não é com “s”?...fico aqui imaginando hoje em dia,2009, como nossos jovens escrevem nos Orkut´s da vida, as letras de nossas músicas que tudo podem, enfim nunca observei movimento para corrigir ou... bom mas isso é outra história...ou estória...). Com todos querendo a resposta, constantemente no programa o Capitão AZA, explicava de onde vinha o nome, que era a abreviação de Azambuja um herói de guerra, que morreu em defesa do nosso país. O Capitão AZA, contava com ajuda de um companheiro índio, depois foi substituído por uma garotinha de 6 anos, Martinha...que fez um estrondoso sucesso pela sua simpatia e profissionalismo. Na época o Presidente do Brasil, Presidente Médici proferiu a seguinte frase: “Capitão AZA, a sua responsabilidade é tão grande quanto a minha, conduza bem estas crianças”. Pode-se notar o sucesso e responsabilidade do Capitão AZA, mas o apoio da FAB foi decisivo, o programa recebia consultoria técnica, e todo tipo de ajuda (menos financeira), uniformes, aviões, helicópteros e etc. Vale à pena lembrar que a aeronáutica tinha um pé atrás pois certa vez, ajudou um programa que se chamava, Comandante Zero, que ficou 3 meses no ar, o que desgastou a imagem da aeronáutica, eles então pediram aos produtores do Capitão AZA que ficassem pelo menos 6 meses no ar...foi prontamente atendido o programa ficou 11 anos. O Capitão AZA ajudava as Forças Armadas a divulgar projetos e atividades para crianças, visitava escolas, orfanatos, instituições de caridades, e outros lugares, e onde ia, eram acompanhados de um ex-combatente, da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e de um policial militar. Eles representavam o civismo e aconselhava as crianças a respeitarem e a confiar nas autoridades. A contribuição para as Histórias em Quadrinhos, do Capitão AZA, acabou sendo indireta mas de grande importância para nós leitores e amantes da nona arte, graças aos desenhos animados da Marvel (anos 60) que fizeram grande sucesso, mas grande mesmo. Que chamou a atenção da Editora Bloch, que na época tinha como seu diretor, Moyses Weltman, conseguindo junto a Trasword Feature Syndicate, autorização para publicar no Brasil, as histórias da Marvel comics. Esse projeto levou a editora a publicar 15 títulos por mês, ou seja, cada personagem tinha sua própria revista, pela primeira vez. Os títulos eram: O Incrível Hulk, Capitão América, Namor, Tocha Humana (original), Homem Aranha, Homem de Ferro, O Demolidor, Os Vingadores, Os Defensores, Thor, Kazar, Mestre do Kung Fu, Motoqueiro Fantasma e Punho de Ferro (alguns na época chamavam de Punho de Aço).

Infelizmente o Capitão AZA acabou, junto com a falência de emissora Tupi. Conheça a programação do Capitão AZA: Túnel do Tempo, Abbott e Costello, Mr. Maggoo, Rin Tin Tin, Bat Masterson, Robô Gigante, I Love Lucy, Capitão Furacão, Perdidos no Espaço, O Homem de Seis Milhões de Dólares, Nacional Kid, Betty Boop, Thunderbirds, Super Dínamo, A Turma do Lambe Lambe, Clube do Mickey, Vila Sésamo, Shazan, Xerife & Cia., A Família Addans e Batman.

Essa homenagem que presto, humildemente, ao Capitão AZA foi possível, por que a mais de 10 ou 12 anos atrás ganhei de presente um livro, de uma diretora da escola de desenho que trabalhava, que se chama Baú da Ficção – nos tempos do Capitão AZA, de André Monteiro da editora Retrô. Como de lá pra cá, já mudei mais de 5 vezes inclusive de cidade, esse velho tesouro estava enterrado nas minhas coisas de desenho, como tenho caixas e caixas de livros didáticos e centenas de centenas de revista...um dia recebi um ultimato de organizar (na medida do possível) todo esse material... Em uma dessas caixas ao pegá-la eis que caí aos meus pés, esse fantástico livro, de imediato comecei a folheá-lo e minha mente volto há tempos ...então resoluto quis compartilhar desse material maravilhoso, comecei uma pesquisa, algumas perguntas para “velhos” amigos... E o material é esse. Espero que gostem e que de alguma maneira tenha resgatado a memória do Capitão AZA, e que mesmo não conhecendo André Monteiro agradeço pelo livro que fez, me ajudou muito. Dedico essa homenagem ao Capitão AZA a dois grandes desenhistas e amigos que me ajudaram muito em minha vida profissional: Fábio Vicente Baptista de Morais e Gilberto Assis (Giba), também pela amizade e incentivo pelas horas de reuniões para melhorar o curso de quadrinhos da escola em que trabalhávamos. Pretendo ainda falar um pouco sobre cada atração da programação do Capitão AZA.